Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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16.12.14

IS029 As Fantasias sexuais dos portugueses

Na continuação do ultimo post deste separador, deixo-vos aqui um artigo acerca das fantasias sexuais dos portugueses. É curioso ver aqui confirmada uma ideia que eu já tinha e que pode ser comprovada em diversos sítios neste blog. Uma fantasia muito comum entre as mulheres tem a ver com situações de dominação e submissão, ser marradas ou mesmo ser forçadas a ter relações sexuais. Algumas delas têm coragem de pôr essas fantasias em prática e outras ficam-se pela fantasia.

Eu já tive várias experiências com mulheres desconhecidas, que se encontraram comigo sem nunca me terem visto, deixaram-se amarrar, e deram-me permissão para fazer delas o que eu quisesse. Essas minhas experiências estão partilhadas neste blog em forma de histórias ou conversas.

AS fantasias sexuais dos portugueses

"Não há duas fantasias iguais, mas a maioria dos homens e das mulheres fantasia o mesmo: sexo a três e jogos de submissão ou dominação

Não é fácil adivinhar o que vai na cabeça dos portugueses no que diz respeito ao sexo e às fantasias sexuais: poucos estudos e sondagens se debruçaram sobre o assunto que continua a ser um tabu. "As pessoas não gostam de falar sobre isso", resume Ana Carvalheira, psicóloga do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas.


As fantasias sexuais são como impressões digitais: não há dois imaginários eróticos iguais. A fantasia é o somatório da educação, do contexto cultural, de experiências acumuladas, recordações, características da personalidade, expectativas e desejos. Mesmo assim, existem fantasias recorrentes e comuns. A maior parte dos homens, conta Júlio Machado Vaz, sonha em ter mais do que uma mulher na cama. Já as mulheres idealizam cenários e contextos mais complexos, quase sempre ligados à ideia de poder - quer sob a forma de dominação, quer de submissão - ou imaginam sexo em lugares muito específicos. "As mulheres constroem narrativas", explica o psicólogo e sexólogo. E as fantasias femininas que Júlio Machado Vaz escutava no consultório há 30 anos são diferentes das que lhe são relatadas hoje. "Com a emancipação das mulheres, mudou também o imaginário erótico. Muitas das fantasias que as mulheres têm hoje seriam consideradas masculinas há três décadas". Com os anos, foram-se derrubando mitos e tabus, como a ideia de que as mulheres não vêem pornografia.


Apesar de tudo, a fantasia sexual continua a estar associada à culpabilidade para muitas mulheres - que acham estranho pensar ou desejar determinados cenários. Culpa, aponta Ana Carvalheira, da herança judaico-cristã e da forte influência da Igreja durante o Estado Novo. A psicóloga continua a receber mulheres - mais velhas e com fantasias convencionais - preocupadas com o que idealizam em segredo "e que ficam tranquilas assim que ouvem o sexologista dizer-lhes que é normal. Procuram como que uma permissão".


Perceber os efeitos da socialização repressiva que as mulheres enfrentaram durante anos no imaginário sexual não é um trabalho linear. Por um lado, poderá pensar-se que a proibição criou, nas mulheres, um imaginário mais fértil. "O que poderia significar que as mulheres portugueses têm fantasias sexuais ricas", admite a psicóloga. Porém, a repressão conduz, muitas vezes, ao comportamento oposto: "A desvalorização da sexualidade e do prazer sexual".


Prova de que anda existe alguma inibição, acrescenta Júlio Machado Vaz, é o facto de as mulheres passarem da fantasia à acção menos vezes do que os homens. Embora neste aspecto Portugal não seja caso único. Um estudo canadiano, divulgado recentemente e que fez uma espécie de raio x às fantasias mais frequentes de homens e mulheres, chegou à mesma conclusão: elas hesitam mais na hora de transformar a fantasia em realidade. O mesmo estudo revela que o imaginário feminino e masculino não é muito diferente daquilo que os sexólogos portugueses encontram nos consultórios. A maioria dos homens imagina-se a dividir a cama com várias mulheres e 60% das mulheres fantasiam situações de submissão, como ser amarradas ou mesmo forçadas a ter relações sexuais.


"No caso dos homens, poderá estar relacionado com a afirmação da sua sexualidade e masculinidade", acredita Júlio Machado Vaz. Quanto às mulheres, explica o sexólogo Fernando Mesquita, as fantasias ligadas ao poder têm a ver com os papéis sociais que, durante anos, se esperou delas.


FANTASIAS É MAU? As fantasias sexuais são saudáveis e nesse ponto todos os especialistas concordam. "São óptimas para a vida erótica do casal", diz Júlio Machado Vaz. "Criar e recriar cenários e personagens pode ser um estímulo erótico muito importante", concorda Ana Carvalheira. Imaginar só se torna num problema, acrescenta Fernando Mesquita, quando quem imagina não se sente bem com isso. "Há homens que têm fantasias mais passivas, mas que se sentem ameaçados e não o dizem à parceira sexual porque sentem que isso põe em causa a sua masculinidade, tal como existem mulheres com fantasias de domínio e de controlo que não se sentem confortáveis e têm medo do que o companheiro possa pensar", exemplifica o sexólogo. Também há quem, pura e simplesmente, não tenha fantasias sexuais. "Com o tempo, percebe-se que não sentem especial prazer com o sexo. Há uma relação entre a fantasia e o desejo sexual", explica Fernando Mesquita.


Júlio Machado Vaz acrescenta que a origem das fantasias sexuais não é consensual. Não existe propriamente uma teoria sólida que explique o porquê de uma pessoa se tornar voyeurista e outra exibicionista. Resta saber se é recomendável que as fantasias sejam postas em prática. É irreversível: uma vez realizada, a fantasia deixa de o ser e passa a fazer parte do domínio da realidade. Também aqui não há uma resposta taxativa. "Há fantasias que são concretizáveis, outras que não e no caso das que são, fica simplesmente ao critério de cada pessoa", defende Ana Carvalheira.


Certo é que, no plano da realidade, o que se encontra nem sempre é igual àquilo que se fantasiou. "Há situações em que os casais não conseguem lidar com o assunto na hora h. Acontece muitas vezes no swing ou em situações em que o casal procura uma terceira pessoa para ter sexo", avisa Fernando Mesquita."


Rosa Ramos / Jornal i

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