Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

As imagens publicadas neste blogue estão protegidas pelo código do direito de autor, não podendo ser copiadas, alteradas, distribuídas ou utilizadas sem autorização expressa do autor.


11.5.12

IS009 "Clitóris"... a ponta do iceberg

No decorrer dos meus relacionamentos com mulheres de todas as idades, tenho reparado que muitas delas pensam que o clitóris, é apenas aquele altinho que se encontra acima da uretra. Como sei que esse altinho é a ponta do iceberg, andei a procurar na net, textos acerca do tema. Encontrei este num site da especialidade, que achei bastante elucidativo. Aquilo a que usualmente chamamos de clitóris, é apenas uma pequeniníssima parte do clitóris. O clitóris completo, é muito maior e maioritariamente, interno. Mas leiam o texto e vejam as imagens que vão certamente tomar conhecimento de pormenores que desconheciam.

O Clitóris

Pense nisto: ao longo de mais de cinco milhões de anos de evolução humana, surgiu apenas um órgão com a finalidade exclusiva de dar prazer: o clitóris. Não é necessário para a reprodução. Não tem a uretra no seu interior, como o pénis possui, e por isso não serve para urinar. A sua única função, o seu singular e maravilhoso objectivo, é fazer a mulher sentir-se bem!!

Infelizmente, precisamente por o clitóris não ter qualquer outra função para além do prazer feminino, a ciência não lhe deu a mesma atenção que dedicou ao pénis. No entanto, ele possui uma característica surpreendente que a ciência acabaria por descobrir: a sua verdadeira dimensão.
Pergunte a alguém onde está situado o clitóris. Provavelmente, a maioria das respostas obtidas será deste tipo: “é aquele pequeno alto por cima dos meus lábios” ou “é o botão debaixo do capot”. Embora estas respostas não estejam totalmente erradas, a verdade é que a maior parte do clitóris está dentro da pélvis, ou seja, o clitóris é mais interno do que externo. Mesmo as mulheres vividas e bem informadas acerca do seu corpo reagem com uma combinação de fascinação e confusão quando descobrem que o clitóris se prolonga muito para dentro delas.

O nome científico do “pequeno botão” externo ou “bolbo” é glande. Não confundir com glândulas. A glande corresponde à pequena massa circular visível. Esta pequena estrutura contém aproximadamente 8000 terminações nervosas. Mais do que qualquer outra parte do corpo humano e quase o dobro da quantidade encontrada na cabeça do pénis! Lendo o trabalho de Marie Boneparte, percebe-se que ela erradamente pensava que o clitóris se limitava à glande; e por esta ser extremamente sensível e a única parte visível do órgão, a sua confusão espelha a que ainda hoje a maioria das mulheres faz. A verdade é que a maior parte do clitóris é interna, composto por dois corpos cavernosos (corpus cavernosum quando nos referimos à estrutura como um todo), dois crura (crus, quando nos referimos à estrutura como um todo) e os bulbos vestibulares do clitóris.

A glande está ligada ao eixo do clitóris interno, que é composto pelos dois corpos cavernosos. Quando o clitóris fica erecto, os corpos cavernosos pressionam a vagina de ambos os lados envolvendo-a num grande abraço!



Os corpos cavernosos também se prolongam, bifurcando-se outra vez para formar os dois crura. Estas estruturas chegam a medir 9 cm, apontando para as coxas quando em repouso e para a coluna quando erectos. Para as visualizar em repouso imagine-as com a forma da fúrcula da galinha (o conhecido “osso dos desejos”).

Junto de cada crus, de cada lado da abertura vaginal, encontram-se os bulbos do clitóris. Estes são internos e estão debaixo dos lábios maiores. Quando se enchem de sangue apertam a abertura vaginal fazendo com que a mesma se projecte para fora. Ao excitar estas minúsculas estruturas, fica-se com uma vagina mais sedenta, apertada e sensível para explorar!
O que significa isto tudo? Bem, para começar, podemos finalmente resolver a antiga questão orgasmo vaginal vs. orgasmo clitoriano.



Em 1953, Kinsey escreveu: “as paredes da vagina são bastante insensíveis na maioria das mulheres… Não há evidências de que a vagina seja a única fonte de excitação, ou até a fonte principal do prazer erótico de qualquer mulher.”

Em 1970, Germaine Greer publicou “A mulher eunuco”, que negava a teoria do Kinsey. Segundo Greer: “É um disparate dizer-se que a mulher não sente nada quando um homem está a mover o pénis dentro da sua vagina. O orgasmo é qualitativamente diferente quando a vagina está preenchida por  um pénis em vez de vazia.”

Curiosamente, ambos tinham razão. A vagina não é a única fonte de excitação, embora para estimular o clitóris interno se possa manipular, mover e explorar a vagina com o pénis ou certos objectos.
Muitas mulheres conseguem atingir o orgasmo sem introduzirem nada na vagina. Elas conseguem pôr o clitóris interno erecto estimulando a glande, os bulbos e os crura, esfregando apenas o exterior. Os corpos cavernosos constituem o tecido eréctil adicional que envolve a vagina e que é extremamente erógeno quando estimulado internamente.

Lembremo-nos que o orgasmo feminino não se resume ao clitóris e à vagina. É muito mais complexo e envolve a acção de múltiplos nervos, tecidos, músculos, reflexos e esforço mental.
Algumas mulheres conseguem atingir um orgasmo só por pensarem nele. Outras atingem o orgasmo só por pressionarem os músculos pélvicos. Considerando todos os componentes envolvidos e a variedade de seres humanos e das suas anatomias, é extremamente importante lembrar que não há duas pessoas iguais. O que funciona numa mulher pode não funcionar noutra. Por outras palavras, tudo é personalizado debaixo do capot.

O que realmente assusta é a quantidade de informação errada que existe nos livros, nos guias médicos e na internet. O triste, é que só a partir de 1990 os investigadores começaram a usar a Ressonância Magnética para estudar a estrutura interna do clitóris. Nessa altura, já toda a complexa estrutura do pénis era sobejamente conhecida.

A urologista Helen O’Connell do Hospital Real de Melbourne decidiu conhecer melhor as terminações nervosas do clitóris usando a ressonância magnética, algo que já tinha sido feito relativamente aos homens e à sua função sexual nos anos 70. Em 1998 publicou as suas descobertas, informando o mundo médico da verdadeira dimensão do clitóris.

Em 2005 a Associação de Urologia Americana publicou um dos relatórios da Dr.ª O’Connell sobre anatomia do clitóris. O dito relatório afirma que “A anatomia do clitóris não tem sido estável ao longo do tempo como seria de esperar. Os factores sociais dominaram fortemente o seu estudo… Alguns dos livros de anatomia recentes omitem a descrição do clitóris. Por comparação, são dedicadas páginas à anatomia peniana.” O relatório também explica como é impossível  perceber a estrutura interna do clitóris apenas com um diagrama. São necessários vários diagramas, para obter um conhecimento abrangente do mesmo.

Infelizmente, só em 2009, os investigadores franceses Dra. Odile Buisson e Dr. Pierre Foldès deram ao mundo da medicina a primeira sonografia 3D do clitóris estimulado. O seu estudo foi feito durante três anos sem qualquer financiamento. Graças a eles, percebemos agora como o tecido eréctil do clitóris cresce e envolve a vagina – uma descoberta inovadora que explica como aquilo que anteriormente foi considerado um orgasmo vaginal é afinal um orgasmo clitoriano interno.



O Dr. Foldès, que realiza cirurgias em mulheres que sofreram mutilação do clitóris, tendo devolvido o prazer a mais de 3000 mulheres circunsizadas, sente-se zangado com a falta de estudos do clitóris.

“Quando regressei a França para tratar a mutilação genital, fiquei espantado com o facto de tal nunca ter sido tentado. A literatura médica demonstra o nosso desprezo para com as mulheres. Nos últimos três séculos há milhares de referências a cirurgias penianas e nada sobre o clitóris, tirando alguns cancros ou na área da dermatologia, e nada para restabelecer a sua sensibilidade. A simples ideia de que exista um órgão dedicado ao prazer é negada, em termos médicos. Nos dias de hoje, se consultarmos os livros que todos os cirurgiões têm, encontramos duas páginas sobre o assunto. Há uma verdadeira excisão intelectual.”

Concluindo... Como se a toda a repressão, influências culturais, culpa, ensinamentos na infância e os medos impostos pela sociedade não fossem suficientes, também temos a política e a medicina a deixarem-nos às escuras. A boa notícia é que investigadores como o Dr. Buisson, Dr. Foldès e Dr.ª O’Connell abriram caminho a um maior conhecimento… e maior prazer!

A esperança renasce… internamente!

Fonte: Museum of Sex

Resumindo, o clitóris é muito maior do que se pensava, também tem erecção como o pénis, e ao abraçar o tubo vaginal, faz com que a penetração seja tão prazerosa. Segundo parece, o que chamávamos de orgasmo vaginal, não é mais do que um orgasmo clitoriano interno… sempre a aprender.

17 comentários:

Black Angel disse...

Muito bom..educativo..elucidativo!!

Gostei!!

Beijo cavernoso

*Lili* disse...

Verdade...Sempre a aprender...
Eu sabia que também nós tínhamos uma erecção tal como o homem, apenas não fazia ideia onde e como [se seria até possível] . Agora sei que a erecção é interna e apenas isso. Bem quem diria...Eu confesso que desconhecia. Obrigada pela informação ;)

Anónimo disse...

bem, caro Xarmus... isso é que foi investigar ;)

passei para deixar beijo (obviamente que não é a primeira vez que aqui venho, lol ;)

Anónimo disse...

Este texto ajuda a perceber uma das razões (talvez a principal...) por que muitas mulheres não têm orgasmos, ou têm-nos raramante, por vezes numa idade 'avançada', por assim dizer. É que a estimulação clitoriana 'externa' é absolutamente fundamental. Durante a penetração vaginal (ou anal), a estimulação clitoriana directa pode ser indispensável para atingir o orgasmo, e tanto a mulher como o seu parceiro não deviam ter qualquer problema em fazê-lo... mas parece que há homens que 'não gostam'... sentem-se insuficientes (!!) A leitura deste texto chegaria para fazer perceber qe não se trata de 'insuficiência' masculina; mas tão só da mais pura anatomia feminina... Este texto também ajuda a perceber por que razão, no geral, uma mulher mais facilmente atinge o orgasmo com sexo oral do que vaginal (ou anal)... E também permite compreender as práticas masturbatórias femininas, que são 'obsessivamente' externas e clitorianas...

Venham mais textos destes 'assim';)

Beijos

xarmus disse...

Olá Black Angel

obrigado... um clitoriano para ti

xarmus disse...

Olá *LIli*

Pois é... sempre a aprender.

É a erecção do corpo cavernoso que aperta o Bulbo do clitóris que por sua vez aperta a abertura vaginal.

Beijo penetrante

xarmus disse...

Olá nAnónima

Não investigo apenas na coninha delas... às vezes também investigo na net... hehehehehe

Vai passando... gosto de te ver por cá.

Beijo investigatório

xarmus disse...

Olá Anónimo/a

É verdade... há que desfrutar com todas as armas possíveis... como costumo dizer, para ter prazer, vale tudo menos arrancar olhos.

Obrigado pela colaboração.

Beijos informados

Khia Kumbuka disse...

Um homem bem informado vale por 2 :)

Muito interessante essa investigação!

Obrigado pela companhia.

xarmus disse...

Olá Khia Kumbuka

Obrigado pela visita. Também já fui espreitar o teu... beijos

xarmus disse...

Depois desta informação, quando um homem quiser convidar uma mulher para a cama, vai ser desta forma... Ó querida, deixa-me mexer-te na glande clitoriana, para enchermos o corpo cavernoso de sangue,e provocarmos uma recção no teu clitóris, por forma a que o Bulbo do Clitóris aperte a abertura vaginal e eu te possa comer a coninha em condições... hehehehehe

AC disse...

Gostei de ler, e francamente aprendi mais qualquer coisa...Vivendo e aprendendo.

beijo* Xarmus

xarmus disse...

Olá AC... é verdade, sempre a aprender.

beijocas boas

Anónimo disse...

A ideia que tenho é que o orgasmo feminino é só um (e que o texto vem confirmar), quer seja por estimulação do clitóris quer seja por penetração vaginal. Com a idade e com a pratica a mulher vai ativando um quantidade de terminações nervosas que ligam o clitóris à parte interna da vagina (que pelo texto percebo que se trata da parte interna) e assim é capaz de ter orgasmos somente com penetração vaginal :)
Isabel

xarmus disse...

Olá Isabel...

É verdade... no fundo, o que dá o prazer à mulher, é o clitóris, seja o interno ou o externo. Depois é tudo uma questão de estimulação e de prática.

Beijo

Anónimo disse...

Muito interessante o post, encontrei-o mais completo do que já tinha lido; o/a anónimo/a de 13/05 acerta na 'moche'.

Hugo, Almada

xarmus disse...

Olá Hugo... faz-se o que se pode.