Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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13.7.13

R021 Monogamia e traição

A monogamia em série como opção cultural, é a forma considerada normal na nossa sociedade de nos relacionarmos amorosa e sexualmente com quem gostamos. Desde muito novos somos ensinados pela família, escola, amigos, religião e sociedade em geral, que é essa a forma correta de namorarmos, casarmos e constituirmos família.

Chama-se monogamia em série, para se distinguir da monogamia, que significa ter apenas um parceiro sexual durante toda a vida. Na monogamia em série, pode ter-se vários parceiros ao longo da vida, só que um de cada vez.

O problema, é que como é natural sentirmos atracão sexual por outras pessoas, quando os relacionamentos começam a entrar na rotina, e o sexo com o cônjuge ou a pessoa com quem nos relacionamos já não é o que era inicialmente, temos tendência a desejar outras pessoas, com quem possamos sentir de novo uma forte atracão sexual ou mesmo vontade de nos apaixonarmos e vivermos emoções que nos façam sentir vivos, e termos novas experiências sexuais com novos parceiros.

Quando esta situação surge, aos monogâmicos em serie, colocam-se várias opções, consoante o interesse que tenham ou não em manter o relacionamento. Se amam o parceiro ou têm interesse em manter a relação, a atracção que possam sentir por outras pessoas é meramente sexual, e aí têm três opções:

1 - Contenção. Controlam a atracção sexual que sentem por terceiros e cumprem a sua promessa de fidelidade podendo assim exigir o mesmo comportamento por parte do seu parceiro.

2 – Dialogo. Conversam com o parceiro acerca dessa vontade e escolhem a melhor forma de resolver o problema. Nesta opção, o elemento que tem vontade de viver aventuras com outras pessoas tem que estar disposto a conceder ao outro a mesma liberdade. O parceiro, nos casos em que a relação começou por ser monogâmica, pode não aceitar a proposta, e não permitir essa liberdade a quem a propõe, já que representa uma alteração às regras a meio do jogo. Apesar de ser desejável que essas questões se coloquem logo no início do relacionamento, o facto é que dificilmente isso acontece porque no início das relações os elementos do casal não sentem necessidade de estar com outras pessoas, e muito menos interessadas em dar essa permissão ao seu parceiro.

3 – Traição. Como a atracção por terceiros e a vontade de ter aventuras é meramente sexual, e como normalmente o elemento do casal está interessado em manter a relação, as pessoas optam por ter as suas aventuras sexuais sem conhecimento do parceiro, para não o magoar, para não arriscar o fim de relação, e principalmente para impedir que o seu parceiro exija a mesma liberdade. A hipocrisia de quem trai, reside no facto de querer ter a liberdade que nega ao seu parceiro. A traição só é considerada traição porque quem trai prometeu exclusividade sexual ao outro. Porque uma relação extraconjugal não é uma traição em si.

A escolha de uma destas opções varia de pessoa para pessoa, e para além das suas características pessoais em termos de personalidade e carácter, também influenciam estas escolhas, o tipo, a qualidade e a intensidade de cada relação. Uma coisa é certa, está mais que provado que a natureza acaba por vencer quase sempre a opção cultural de se ser fiel.

Tanto nos relacionamentos monogâmicos em série como nas relações abertas ou poliamorosas, os elementos do casal têm que controlar os seus impulsos naturais por respeito aos seus parceiros. Enquanto os monogâmicos controlam o seu impulso natural que os faz sentirem atracão sexual por outras pessoas, para cumprirem a promessa de exclusividade sexual dada aos seus parceiros, os casais que optam por relações abertas ou poliamorosas têm que controlar o seu sentimento natural que os faz sentirem ciúmes por respeito à liberdade do seu parceiro.

A traição é a opção mais usada, pelo facto de quem trai não ter que controlar os seus impulsos naturais. Por um lado goza da liberdade de ter as suas aventuras sexuais, e por outro não sofre de ciúmes já que exige exclusividade sexual ao seu parceiro, que pensa ser reciproco.

Os relacionamentos monogâmicos com promessa de exclusividade sexual, pela sua natureza, são mais propícios a desconfianças, desentendimentos, desgaste da relação e por isso são normalmente relações com menos probabilidades de perdurar no tempo. Se houver traição e for descoberta, pode determinar o fim da relação. Se não houver traição ou se houver e não for descoberta, há sempre o receio e a desconfiança de que o parceiro não resista à tentação, ou pior ainda, que encontre alguém de quem goste, já que isso ditaria o fim da relação. Se o casal conseguir cumprir a promessa de fidelidade durante muitos anos, pode surgir outro problema, que é o desinteresse sexual motivado pelo desgaste natural de quem só tem sexo com a mesma pessoa durante muitos anos, com a consequente deterioração da relação. Com ou sem traição, há muitas razões que podem determinar o fim da relação.

Quando amamos alguém e o sexo até é gratificante, a vontade de saltar a cerca acontece pelo desejo de viver situações que a pessoa com quem nos relacionamos, já não pode dar. A vontade de voltar a viver relações sexuais intensas, viver novas emoções, variar, conhecer outro corpo, outras práticas sexuais, seduzir e ser seduzido e sentir que despertamos o desejo a outras pessoas, são algumas dessas necessidades. Muitas vezes o sexo até nem é tão bom, tão envolvente, tão intimo como é com quem amamos, mas dá-nos a possibilidade de viver situações impossíveis de viver com quem amamos e com quem já nos relacionamos há muitos anos.

É por esta razão que quem já viveu estas situações, diz que uma aventura muitas vezes ajuda a manter um relacionamento. Dito de outra forma, a privação da liberdade e de não se poder satisfazer a vontade natural de se ter sexo com outras pessoas, dita o fim de relacionamentos entre pessoas que tinham tudo para dar certo. Todos nós conhecemos situações em que as pessoas têm um relacionamento monogâmico durante uns anos, depois separam-se e aproveitam para viver aventuras e terem sexo com quem querem. Ao fim de um tempo e já fartos de terem sexo sem envolvimento emocional, voltam a querer ter um relacionamento “sério”, com alguém que amem. Há pessoas que passam a vida nesta alternância, sempre insatisfeitas, quando bastaria ter um relacionamento onde o diálogo, a tolerância e a compreensão fossem uma realidade.

É pelas razões apresentadas que as relações abertas ou poliamorosas são normalmente mais duradoiras. Neste tipo de relações, muitas das razões que fazem acabar os relacionamentos monogâmicos, não existem, já que não há traição, não há a falta de liberdade sexual ou emocional, nem há a monotonia de se ter sexo durante anos apenas com uma pessoa. Neste tipo de relacionamentos, a única razão para acabar o relacionamento é acabar o amor. Por outro lado, o facto do casal se permitir viver em liberdade sexual de forma sincera onde não existe mentira, aumenta substancialmente a confiança e a cumplicidade entre os elementos do casal, podendo até viver essa liberdade sexual em conjunto.

Os relacionamentos monogâmicos que acabam por causa de uma aventura extraconjugal, são relacionamentos onde já não havia verdadeiro amor e compreensão, e já estavam condenados a prazo, porque quando se ama mesmo uma pessoa, não se consegue perder quem amamos por causa de uma aventura sexual. Por outro lado, relacionamentos que resistem a uma aventura extraconjugal, saem reforçados, tanto a nível sexual como emocional, e depois de se viver essa experiência e de se constatar que a relação melhorou, estão criadas as condições para se transformar numa relação mais tolerante, onde o amor, a compreensão e o respeito pela liberdade de quem amamos é mais forte que tudo o resto. Aí sim, o relacionamento fica mais sólido, mais seguro, mais sincero, mais cúmplice onde apenas o fim do amor pode ditar o fim da relação.

xarmus

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