Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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31.3.13

IS019 O cíume


Andei a procurar textos acerca do ciúme, e encontrei este que gostei particularmente. Está sucinto, simples e pragmático. Eu não sofro desta enfermidade, mas conheço quem sofra, e imagino que não seja fácil, tanto para o “opressor” como para o “oprimido”. É um tema sobre o qual vale a pena reflectir. Como só tenho alguma experiência (pouca) do lado do “oprimido”, não me sinto com capacidade para fazer uma reflexão séria do ponto de vista do “opressor”, mas deixo aqui a deixa para quem quiser comentar acerca do tema. É um tema muito interessante.

“Tenho acompanhado vários casos de ciúme patológico no consultório, e me chama a atenção o fato de as pessoas deixarem para procurar ajuda apenas quando são alertadas por um profissional da área da saúde, geralmente psicólogo ou psiquiatra. Aqueles que sofrem com o cíume do parceiro acham que esse comportamento faz parte do jeito de ser da pessoa, incomodam-se com as cobranças e controle a que são submetidos, porém não fazem ideia de que isso possa ser sintoma de uma doença, e como tal, deve ser tratado.

O que é o ciúme?

Basicamente, ciúme é o medo de perder alguém amado para uma terceira pessoa. Segundo Ballone, o ciúme normal é transitório e baseado em fatos. O maior desejo é preservar o relacionamento. Algumas pessoas o encaram como prova de amor, zelo ou valorização do parceiro. Outros o consideram uma prova de insegurança e baixa autoestima. 


Ciúme doentio


Já no ciúme patológico há o desejo inconsciente da ameaça de um rival, assim como o desejo obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do outro. Caracteriza-se por ser exagerado, sem motivo aparente que o provoque, deixando o ciumento absolutamente inseguro e transformando-o num tremendo controlador, cerceador da liberdade do outro, podador de qualquer atividade que o parceiro queira fazer sem que ele esteja presente. 


Dúvidas se transformam em ideias supervalorizadas, levando a pessoa a checar, verificar se ela tem fundamento. Checa celulares e ligações recebidas constantemente, quer saber quem enviou mensagens, que e-mails recebeu e por qual motivo, com quem falou e sobre o que, onde está e a que horas voltará, quem são os amigos e porque os têm; acha que se a pessoa se arruma para sair, mesmo que seja para o trabalho, está "se arrumando para encontrar o amante"; se há algum atraso é motivo de brigas e questionamentos intermináveis; e por mais que tente aliviar seus sentimentos, nunca estará satisfeito, permanecendo o mal estar da dúvida. Enfim, a vida a dois transforma-se num verdadeiro martírio. 


A maneira errada de lidar com o ciúme


Quem sofre os "ataques" do parceiro alimenta-o sem saber à medida que concorda em submeter-se ao que o outro pede. Por exemplo: se, ao ser questionado sobre quem lhe enviou e-mails, mesmo no trabalho, ele responder, der satisfações, o outro se sentirá no direito de fazê-lo sempre, agindo dessa forma cada vez mais incisivamente. 

As brigas tornam-se frequentes e o clima de tensão impera na relação, já que qualquer coisa é motivo para reacender o ciúme. Porém, há momentos de total tranquilidade intercalados a estes - geralmente quando estão juntos, fazendo algo que distraia a atenção do ciumento - o que deixa a "vítima" do ciúme confusa, tirando a vontade de abandonar a relação que muitas vezes é tentadora.

Quando você vive em uma família cujas características principais são o controle, o cuidado excessivo, o zelo e preocupação com os filhos, cresce achando que assim deve ser, pois esse foi o modelo aprendido.

Mas afinal quem é a vítima aqui? Aquele que sofre com as cobranças e vive numa verdadeira prisão ao lado de alguém possessivo e controlador ou este, que vive em constante tensão e desconfiança, perdendo por completo sua tranquilidade perante a vida em função de algo que o consome? Diria que ambos são vítimas e necessitam cuidados, cada um em seu contexto. Aquele que convive com o ciumento deve aprender a colocar limites, não alimentando a dinâmica doentia do parceiro, e não deixando de fazer suas coisas ou falar com seus amigos só porque o outro quer.


Ele acaba cedendo às pressões para evitar brigas, o que lhe parece mais fácil, mas o resultado é catastrófico, pois quando menos imaginar perceberá o quanto está agindo em função do outro e se deixando de lado, submetendo-se, anulando-se por completo. E o pior: nada satisfaz ao parceiro, que vai exigir sempre mais, pois, como já foi dito, a sensação da dúvida permanece. 


A maneira certa de lidar com o ciúme


Em sua terapia procure entender porque se deixa dominar por alguém que lhe cerceia por completo, aceitando abrir mão de seu direito e liberdade de relacionar-se com as pessoas e com o mundo. Já o ciumento deve procurar ajuda psicoterapêutica e medicamentosa, pois o tratamento abrange tanto o lado emocional quanto o físico. É uma doença tratável à base de antidepressivos, que aliviarão e muito os sintomas, devolvendo à pessoa a liberdade de viver. A psicoterapia paralela à medicação é fundamental para que se trabalhem questões profundas ligadas ao aparecimento do ciúme, geralmente envolvendo dinâmicas familiares complicadas, insegurança e autoestima baixa, entre outras. Nunca tome medicação por conta própria, sempre consulte o médico antes de optar pelo tratamento medicamentoso.


Uma grande dificuldade que encontramos ao lidar com essas pessoas é que em muitos casos tal comportamento foi aprendido com o pai ou a mãe, também ciumentos, passando a falsa ideia de que esse jeito de funcionar é o normal. Quando você vive em uma família cujas características principais são o controle, o cuidado excessivo, o zelo e preocupação com os filhos, cresce achando que assim deve ser, pois esse foi o modelo aprendido. 

Porém, ao deparar-se com um(a) namorado(a) que não viveu essa dinâmica, o ciúme começa a se manifestar, denunciando a presença da doença. Como convencê-lo a se tratar se a própria família não considera seu comportamento "fora do padrão", muitas vezes boicotando a continuidade do tratamento? Aqui entra a importância de uma terapia familiar acontecendo paralelamente ao tratamento individual, para que cada um possa reconhecer sua parcela de responsabilidade no problema e juntos, se comprometam a resolvê-lo. 


É preciso reaprender a relacionar-se sem o controle e libertar-se da angústia da dúvida para experimentar o prazer de um relacionamento "saudável", onde ambos possam compartilhar momentos de tranquilidade, sem ter que abrir mão de sua individualidade ao mesmo tempo. Isso é possível, basta querer.”


Marina Vasconcellos Psicóloga

6 comentários:

Anónimo disse...

Exactamente, para mim o ciúme em exagero significa sobretudo falta de amor próprio, falta de interesses na vida, viver em função do outro e não em função de si mesmo em comunhão com o outro.

É claro que já senti ciúmes, de ser preterida, de me sentir menos interessante, menos atraente, menos desejada no entanto nunca assumiu contornos patológicos. Este tipo de ciume considero normal, todos passamos por situações destas na vida num dado momento.
Não é normal é quando se tenta limitar o outro, quando se fazem cenas de cobrança ou de perseguição ou em ultima instância de violência.

Ninguém comanda a vida de ninguém, não somos pertence de ninguém, se alguém é "nosso" de facto na vida são os filhos e os pais, esse são nossos até ao infinito.
Um homem ou uma mulher não nos pertencem, não são nossa propriedade, não pomos e dispomos deles conforme nos convém.

Nem ninguém volta mais vezes ou gosta mais de nós por lhes cobrarmos atenção. É exactamente o contrário, as pessoas quanto mais livres são, mais autênticas se revelam para nós, mais nos dão. Dar é um acto gratuito e não de coacção.

X.

luah negra disse...

Tema interessante este...
Já fui vítima de ciúme patológico num relacionamento .
É uma tortura conviver com alguém que quer saber até seus pensamentos , e é um alívio livrar-se dessa situação , pois , ela adoece a ambos .
Essa fragilidade dificulta em muito a identificação do problema ,causando a demora na busca pela solução do mesmo .
Muito bom texto.
Uma boa páscoa a ti .
Beijos de luara .

xarmus disse...

Olá Luara

Pois... é terrível ser condicionado dessa forma. e é incompreensível como a pessoa que oprime e persegue não entende que só piora a situação, e que motiva o afastamento da outra, mesmo que não fosse essa a sua intenção.

Beijocas boas

xarmus disse...

É isso tudo X... quanto mais se "aperta" uma pessoa, mais ela tem tendência a querer fugir... e sim, cobrar ou exigir atenção também não dá bons resultados, nem sabe bem ter atenção nessas condições porque a atenção não é dada de livre vontade, mas exigida.

Beijocas

Anónimo disse...

Eu não consigo entender o ciúme. Sou burrinha.. mas não entendo. Se gostamos de alguém, o melhor que podemos fazer é deixar esse alguém livre...

Mas parou.... Não tolero homens ciumentos .... Bem... por acaso só 1.. mas esse é muitooooooooooooooooo especial heheheheeheheheheeheh,

xarmus disse...

Pois... confesso que também tenho alguma dificuldade... pelo menos o doentio.