Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

As imagens publicadas neste blogue estão protegidas pelo código do direito de autor, não podendo ser copiadas, alteradas, distribuídas ou utilizadas sem autorização expressa do autor.


3.12.12

R016 Infidelidade e traição


A traição é um problema recorrente nos relacionamentos. Mas a traição existe porque os elementos do casal fazem uma promessa que é muito difícil de cumprir, senão mesmo impossível. Como a promessa não tem prazo de validade, mais tarde ou mais cedo acaba por se quebrar a promessa.

No início do relacionamento as pessoas são fiéis de livre vontade, mas à medida que o relacionamento avança no tempo e se instala a monotonia na relação, os elementos do casal começam a ter necessidade de se sentirem desejados, da emoção do flirt, da novidade, da variedade, de colorir a vida tanto ao nível sexual como emocional.

Embora as pessoas tenham noção disto tudo, prometem fidelidade aos seus parceiros, não porque pensem ser fiéis (porque nesse caso não precisavam de prometer), mas por quererem exigir fidelidade aos seus parceiros. Esta promessa não é sincera na sua essência e tem como objetivo, condicionar a liberdade do parceiro.

No fundo, a traição existe porque é resultado do não cumprimento de uma promessa que à partida é feita mais para exigir fidelidade ao parceiro, do que para ser cumprida por quem promete.

A fidelidade sexual tem que ser vivida de livre vontade e nunca por imposição. Não adianta obrigarmos alguém a prometer fidelidade. Não é dessa forma que se prende uma pessoa a um relacionamento. Está provado que não resulta. Quanto mais intolerante uma pessoa se mostre ao seu parceiro em relação à infidelidade, mais probabilidade tem de ser traído sem nunca chegar a saber.

Quem é fiel, não o faz por obrigação, fá-lo por vontade própria, e nesse caso não adianta ter prometido ou não. Quem julga que acorrenta alguém através de uma promessa de fidelidade, engana-se. Ninguém consegue obrigar um parceiro a ser fiel. Pode-se dificultar a vida ao parceiro, mas se a fidelidade não for exercida de livre vontade, é impossível controlá-la.

Eu nunca prometi nem exigi fidelidade a ninguém, porque já sei que é uma promessa muito difícil de cumprir. Se não houver promessa, não há traição. Embora eu nunca tivesse exigido fidelidade a ninguém, tive mulheres que me foram fieis durante muitos anos, de livre vontade, e nunca porque tenham assinado um contrato comigo, ou sequer prometido nada.

Outra coisa que muita gente não sabe e que está provado através de estudos comportamentais, é que as infidelidades perpetuam os casamentos. Ou seja, contrariamente ao que muita gente pensa, a infidelidade em vez de estragar uma relação, pode salvá-la.

Está provado que muitos casamentos se aguentam e os cônjuges se mantêm juntos, porque ambos ou um deles é infiel, seja com conhecimento do parceiro ou não. Uma coisa é ser infiel, outra é ser apanhado a trair.

O que eu aconselho a casais que sentem a monotonia prejudicar a relação e caso não queiram ter um relacionamento assente na mentira e na hipocrisia, é que conversem abertamente acerca do tema, e que juntos encontrem uma solução para superar essa dificuldade. As soluções são várias, mas terão sempre que ser aceites, consentidas ou desejadas pelas duas partes.

A abertura e sinceridade entre os dois elementos do casal acerca das suas vontades e desejos, torna a relação mais cúmplice, mais apimentada, mais forte e mais segura.

xarmus

12 comentários:

Anónimo disse...

"A abertura e sinceridade entre os dois elementos do casal acerca das suas vontades e desejos, torna a relação mais cúmplice, mais apimentada, mais forte e mais segura."

Este é um patamar de excelência, sem dúvida, talvez um dia lá chegue "if I'm lucky".

Nunca vivi uma relação com esta amplitude. Já traí, já fui traída, já tive um relacionamento de muito amor e longo que sofreu com a rotina, mas era muito nova para pensar numa solução que albergasse outras pessoas para a relação. É preciso que ambos tenham muita maturidade para lidar com isso.

Não sei se a minha geração tem de facto esta abertura para lidar claramente com esta "liberdade" e subir patamares, o que sei é que a grande maioria continua a viver a mentira, a traição, a/o amante.

Também é verdade que ter um relacionamento paralelo e escondido, não resolve os problemas do casal, mas permite que o relacionamento dure mais tempo de facto, uma vez que se encontra o que falta fora deste.

O ideal é de facto ter "o melhor de dois mundos", mas há assim tantos casais que o cosigam fazer sem sofrimento para nenhuma das partes?

X.

Nanda disse...

olá xarmuz,mais uma vez um bom texto de reflexão, onde se desmonta o puzle do tema, nas suas várias peças de forma clara, precisa.Concordo que não se deve pedir fidelidade, mas pode-se e deve-se, dar e pedir LEALDADE, que é muito diferente, embora possa parecer semelhante.

A lealdade pressupõe honrar a outra pessoa com a verdade,e assim a hipocrisia fica longe. O pior é que somos educados para a hipocrisia e é necessário ter uma formação humana que só se adquire com reflexão apurada e consciente. Não é fácil dizer, sem fazer cenas parvas e exageradas: (O que é que se passa connosco? O que é que queremos fazer das nossas vidas.)

É mais fácil começar a olhar para os lados á procura do que é fortuito, mas que faz muito bem ao ego

A minha experiência diz-me que as relações se desgastam, mas na resolução desse desgaste também se aprimoram.

O amor é um sentimento que permite dar liberdade ao outro.

Se não der-mos é possessão, e não podemos ser donos de ninguém porque isso diminui o outro e a nós mesmos.

Penso que estamos em TRANSIÇÂO e o futuro trará relações mais abertas e verdadeiras.
Em contraste com os jogos de manipulação e poder que bem conhecemos entre os casais. Devemos começar por nós, e continuar na educação que damos aos filhos.beijo

xarmus disse...

Olá X.

É verdade. Para viver uma relação sincera e cúmplice baseada na lealdade é necessário muita maturidade... mas é possível e desejável.

Não é uma questão de geração, porque os mais novos também não sabem lidar bem com o assunto. Pelo menos enquanto são novos. Pode ser que conforme forem ficando mais maduros, se vão adaptando melhor às novas realidades.

Já vai havendo alguns casais que estão a conseguir resolver esses problemas com compreensão e cumplicidade. Mas para isso acontecer, tem que haver muito amor. Sem amor, nada disso é possível.

Só o amor pode fazer com que as pessoas estejam dispostas a fazer concessões, e sintam a segurança necessária a poderem adoptar soluções que incluam outras pessoas.

xarmus disse...

Olá Nanda

É isso mesmo. A lealdade é muito importante no relacionamento entre as pessoas.

e sim... também é verdade que a resolução dos problemas provocados pelo desgaste, fortalecem a relação. É assim que se consegue chegar a níveis de excelência que a X. falava no comentário anterior.

Quando existe amor verdadeiro, damos essa liberdade a quem amamos. Não faz sentido dizer que amamos uma pessoa, e depois acorrentar-mo-la. O amor verdadeiro é altruísta e nunca egoísta.

Beijo

Anónimo disse...

"O amor verdadeiro é altruísta e nunca egoísta."

Querido Xarmus, e que tal formares um clube de gente com esta capacidade de amar?
Solteiros, casados, mas com uma mente muito aberta e muito madura, ao contrário da vulgaridade que anda por aí.
Pessoas como tu e como as tuas leitoras com comentários produtivos que se questionam, que aprendem, que meditam sobre as temáticas e evoluem.
Porque também falta muita gente que queira questionar-se, pôr em causa, discutir ideias... E só assim se vão subindo patamares, sozinhos ou acompanhados.

X.

Unknown disse...

Interressantissimo o tema que abordaste, entao pus-me a pensar no que de fato pode ser considerado como traiçao. A meu ver traição vem a ser a quebra da confiança (ocasionada pela mentira, deslealdade) no parceiro e não necessariamnte uma infidelidade casual, se temos liberdade e maturidade podemos ir em busca dos desejos sexuais sem culpa, alias prefiro um relacionamento aberto à hipocrisia. Sintmo- me extremamente a vontade no seu blogger, tanto que passo varias vezes por dia so para nao perder o habito, bjs e ate mais.

xarmus disse...

Olá Debinha Fernandes

É isso mesmo. A traição motiva a quebra de confiança. Num relacionamento aberto esse problema não se põe, já que a infidelidade é permitida e aceite na relação.

Ainda bem que gostas

Obrigado pela visita

Beijocas boas

xarmus disse...

Olá X.

Vou pensar nisso. No Brasil há o movimento RLI que é um movimento de relações livres.

Posso fazer isso cá. Era giro.Acho que não há cá esse movimento.

É verdade. Falarmos acerca destas temáticas uns com os outros, ajuda.

Beijocas boas

Anónimo disse...


A pesquisar sobre o RLI encontrei a versão integral do filme DREI.

http://www.youtube.com/watch?v=geYf4e0Gko8

Acho que era uma ideia a meditar. Tu provavelmente serás um pessoa com muita informação e noção real de como pôr um fórum/grupo a funcionar em Portugal.

Pensa nisso, acho que seria muito útil.

X.

xarmus disse...

Pois... talvez fosse. Mas eu já ando metido em tanta coisa que já nem sei para onde me voltar.

E um dia destes vou ver este filme.

Beijocas boas minha querida e obrigada pelo filme.

Pedro disse...

Não pretendo modificar dicionários, nem distorcer o léxico português.
Acho que "traição" e "infidelidade", quando aplicados ao amor, são conceitos relativamente subjetivos, portanto sinto-me com direito de defini-los à minha maneira.
Traição é um termo muito forte, que implica que se prejudique terceiros, sem que a(s) pessoa(s) saiba(m), pelo menos de início.
Por exemplo, se eu, estando casado, tiver uma amante e num determinado momento decidir ir viver com ela, isso é traição.
Infidelidade só o é, se houver sentimentos.
Por exemplo, se eu, estando casado, tiver uma amante e estiver apaixonado por ela, isso é infidelidade.
Vejamos agora a eventualidade de eu mandar umas quecas de vez em quando, com uma ou mais parceiras, mas sem nada mais que amizade e sexo, desde que a minha mulher não saiba nada, isso são "trabalhos de manutenção"... Pode até ser benéfico para a minha relação de casal.
O mesmo se aplica a ela.

xarmus disse...

Olá Pedro, obrigado por partilhares o teu ponto de vista.