Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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11.6.12

IS011 'Fetiches' secretos: o que eles e elas gostam

Encontrei este texto na Visão, e não quis deixar de o publicar no “Seduzir com prazer”. Fala-nos de um livro recente, que cria um modelo de mente sexual de homens e mulheres, recolhendo e analisando 400 milhões de pesquisas em motores de busca com conteúdos para adultos. Deve ser um livro interessante de se ler, e segundo parece, os fetiches que a sociedade conservadora tanto repudia, são bem mais normais do que se quer fazer pensar.

Tal como tantas vezes digo aqui no blog, a net, através da possibilidade do anonimato, veio trazer novas possibilidades à nossa sexualidade, e vai fazer evoluir a forma como vemos, vivemos e nos relacionamos uns com os outros a nível sexual.

Do que uma multidão de homens e mulheres gostam - mesmo -, mas continua a ser tabu. Conclusões do livro Milhões de Pensamentos Perversos, de Ogi Ogas e Sai Gaddam

Diz-se que já tudo foi inventado. O que está a dar é reinventar. E a fantasia humana é ilimitada. "Como é que nunca ninguém se lembrou disto?", perguntaram, um dia, dois neurocientistas americanos, especializados na área computacional. Ogi Ogas e Sai Gaddam, da Universidade de Boston, decidiram criar um modelo da mente sexual de homens e mulheres de todo o mundo. A partir do que fazem, realmente, às escondidas, na grande aldeia global da net. Recolheram e analisaram 400 milhões de pesquisas em motores de busca com conteúdos para adultos: sites, vídeos, comentários, anúncios pessoais, histórias eróticas e romances. As conclusões estão no livro Milhões de Pensamentos Perversos (Lua de Papel, 344 págs., €15,90).

Dado número um: nascemos com um equipamento sexual do desejo, programado para encontrar parceiros à medida das nossas mais estranhas taras e manias. Dado número dois: os circuitos mentais da mulher têm duas tomadas e os dos homens só possuem uma. Eles pensam, ao mesmo tempo, com as duas cabeças, perante estímulos visuais. Não admira que as achem complicadas: no equipamento delas, a excitação física e psicológica estão separadas e não há pílula do desejo que lhes valha. Por enquanto. Dado número três: a igualdade de género não funciona na cama. As mulheres raramente pagam para ver pornografia. O cérebro sexual feminino é ativado pelas pistas do enredo, onde todos os detalhes contam. A libido delas acorda diante do herói dominador da cultura pop, que as considera irresistíveis e se submete ou, melhor ainda, as submete com estilo. Numa versão mais obscura, a conflituosa relação entre dois machos alfa, que acabam emocionalmente envolvidos, dá-lhes arrepios e adrenalina (como esquecer a dupla Tom Cruise e Brad Pitt, no filme Entrevista com o Vampiro?).

Um homem satisfaz-se com aventura, risco e diversidade. Quer ver pénis, rabos, mamas e pés. Mulheres tenrinhas e maduras. E todo o tipo de interditos, do sadismo à bestialidade. Uma mulher aquece com narrativas românticas e jogos de sedução, onde o contexto é tudo. A explosão de contos eróticos sobre ícones da cultura pop é disso a prova. 

A megaexperiência de Ogas e Gaddam está para o século XXI como as do investigador Alfred Kinsey para o século que passou. Sem falsos pudores, mostra que certas práticas, etiquetadas pelos especialistas como anormais ou perversas na sociedade dita civilizada, acontecem com mais frequência e normalidade do que é admitido.

(A)MORALIDADE SEXUAL

As "pegadas sexuais" dos internautas da amostra trazem à superfície tendências insólitas. Um homem que paga para ter sexo telefónico dispensa a imagem, porque a ideia é dizer palavrões e deixar-se dominar pela operadora. A mulher que aprecia romance também se imagina como prostituta, ou fica arrebatada pela ideia de ser raptada pelo homem das cavernas ou por aquele cavalheiro insuspeito, que a ata e a deixa indefesa. Tanto um como o outro género pela-se por uns bons açoites e excita-se com a possibilidade de enganar o parceiro. Mais bizarro ainda, ser alvo da traição dele (ou dela).

A má da fita é a biologia da espécie. A evolução programou o macho para ser caçador reprodutor, cabendo à fêmea precaver-se de jogadas arriscadas, a menos que encontre um protetor forte, capaz de sustentar a prole. Não é de estranhar, por isso, que os adolescentes surjam no topo das preferências sexuais: a juventude é um potente afrodisíaco. O que ainda não se sabia é que as mulheres e homens mais velhos, que surgem nas pesquisas da net com as tags (etiquetas de busca) "mãezinha", "avozinha marota", "paizinho" e "maduro", fazem as delícias de muita gente (basta pensar nas versões masculina e feminina popularizadas em séries como Donas de Casa Desesperadas e Dr. House). Sair da norma é uma forma de evasão comparável à proporcionada pela gastronomia. Seja com picante, molho agridoce, gafanhotos ou cozinha de fusão, o princípio é divertir-se e sair da experiência com satisfação, sem dar relevância a quem veja nisso um gosto perverso. E a pesquisa de conteúdos eróticos gay continua a ser muito popular no ciberespaço. Já contrariando todos os cânones acerca da beleza feminina, as mulheres roliças, com seios a condizer, são delícias gourmet muito solicitadas por quem navega nos motores de busca.

PROIBIDO É DEVIDO

O sex appeal não escolhe idade, medida ou peso. Mas tem esquemas concretos na mente sexual. Por exemplo, cada "versão" heterossexual apelativa tem o seu equivalente gay (mulher robusta e dominadora/homem pujante e barbudo; "mãe" de outrem, sedutora e marota/"pai" de terceiro, cativante e experiente; rapariga "boazona"/rapaz "pão"). No género porno, os vídeos mais populares mostram os corpos transpirados e as expressões faciais do homem, que agradam tanto aos homossexuais como às mulheres. Os filmes e ficções no feminino estão em franca expansão, por prolongarem a saga, repleta de momentos provocadores. E de elementos de tensão entre personagens, com desejos proibidos.

A motivação central de todos é simples: "Surpreende-me com algo que eu ainda não saiba." Os autores deste estudo espantaram cientistas e terapeutas sexuais. E não só. Ogi Ogas faz investigação em biodefesa para os puritanos serviços de segurança dos EUA. A ideia de concretizar o livro e transgredir o politicamente correto terá sido mais forte e falado mais alto.”


Clara Soares

http://visao.sapo.pt/

10 comentários:

Sexy Couple disse...

Eu concordo, com tudo, ou seja, revejo-me em algumas das conclusões.
Gosto de ver pornografia, ocasionalmente, e não há dúvida que o «actor» é importante, deve demonstrar alguma ligação com a parceira.
Também já vi pornografia gay e até li, male/male erótica, pouca coisa me «incomoda».
Concordo, em absoluto que o sex appeal não escolhe idade, medida ou peso, acredito que é algo que vem de dentro, como exemplo disso temos o (sucesso do) meu blog, protagonizado pela portuguesa típica, morena, baixinha e gordinha e mais velha que a maioria das bloggers.
É uma questão de atitude e não há dúvida que sexo é bom.
Um beijinho sexy,
Ana

xarmus disse...

Olá Ana... Eu gostei de ler que muita coisa que eu digo e penso, está de acordo com o estudo. Uma coisa que sempre disse, e que pouca gente acreditava, é que os homens gostam de gordinhas embora não o assumam.

Beijo

Patrícia disse...

Olá Xarmus, mais um artigo muito pertinente. Eu penso que as mulheres sempre fantasiaram. O problema é que eram tão castradas que até as fantasias eram inocentes. Poucas eram as mulheres a conseguir mais do que umas novelas escritas com uns suspiros de amor. Se aparecesse qualquer coisa fora no "normal" e as mulheres conseguissem ter acesso, era um sucesso entre elas. O problema é que até os livros eram censurados. Pais e maridos cortavam qualquer acesso a eles. E os poucos que passavam esse crivo eram "apanhados" pelas mães. Olhando agora para romances de Corin Tellado (e falo já dos anos 50/60/70 do século XX)e outros podemos ver o quão inocentes eram. Poucas conseguiam ter acesso a revistas ou informação. Ainda me lembro da frase "vestida e às escuras" das nossas avós e a estranheza de algumas mulheres e homens se não fosse assim. Só agora é que as mulheres tiveram acesso a mais do que isso. E como dizes a internet foi fantástica.

xarmus disse...

Olá Patrícia

É verdade. Tem poucos anos que as mulheres se começaram a libertar dessas paranóias todas. Por isso agora aproveitam o melhor que podem.

Pena é que algumas ainda tenham tantos macaquinhos na cabeça e não aproveitem a vida na sua plenitude e em total liberdade.

Beijo

Anónimo disse...

As mulheres sao bastante criativas no sexo mas muitas nao tem coragem de colocar suas fantasias sexuais em pratica, o que e uma pena. O fato de algumas se excitarem com filmes adultos pode estar ligado ao voyerismo. No meu caso ainda tenho algumas coisas na minha lista que pretendo fazer, bondage, fisting e menage a trois com dois parceiros, o problema e falar com meu namorido, isso.

xarmus disse...

Olá Anónima.

Pois... deves ir em frente com a realização das tuas fantasias... com ou sem namorado.... se ele não quiser alinhar, só tens que arranjar substituto... hehehe

Beijocas e obrigado pelo teu comentáro

Anónimo disse...

Fantástico.. eu tb tenho algumas pegadas hehehehehehehehe

xarmus disse...

Olá Sher Cane Cane

Todo nós temos. Uns, mais corajosos põem em prática e outros não, mas todos temos.

Devíamos ter menos vergonha de assumir o que gostamos. No fundo, o que gostamos é mais normal do que o que a sociedade nos quer fazer querer.

A frase "faz o que eu digo, não faças o que eu faço" é bem prova disso.

Beijocas boas

Anónimo disse...

Eu só vim a conhecer o quanto o sexo pode proporcionar prazer à uma mulher, no meu 2º casamento. Meu marido soube como me libertar de todos os tabús. No começo fizemos troca, mas depois que fizemos nosso 1º menage masc, essa passou a ser a nossa preferência. Como gostamos de variar nossas "brincadeiras", as vezes saio sozinha(só com casados que dizem que a esposa não topa realizar as fantasias dele )e falo que meu marido é ciumento e possessivo e jamais aceitaria minhas fantasias por outros. Eles ficam loucos com minhas confissões (todas sugeridas pelo meu marido, na forma de eu contar à eles).

xarmus disse...

Olá Anónima... essa versão também é engraçada... hehehehehh

Aí em vez de enganares o marido... estás a enganar os amantes... hehehehe

beijos