Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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15.11.10

R005 Recibos verdes

Eu sou um fervoroso adepto dos relacionamentos liberais, sejam encontros com desconhecidos, sejam as chamadas amizades coloridas. Acho que os relacionamentos liberais, são parecidos com as nossas amizades, são livres e só duram enquanto as duas partes quiserem. Para além de muitas outras vantagens, tem uma que eu acho deliciosa, que é termos que agradar à/ao parceira/o se queremos que ela/e volte. Como não há comprometimentos de parte a parte e na maioria dos casos os encontros são entre anónimos, se gostarmos da pessoa com quem nos encontrámos, temos mesmo que pensar em agradar e dar-lhe prazer se queremos voltar a ter o prazer de estar com ela/e. Claro que esta acção tem que ser recíproca, e se a pessoa que estiver connosco voltar a querer ter o prazer da nossa companhia, também vai ter que fazer por nos agradar. Acho esta condição uma delicia, e de uma justeza incomparável.

Nos casos em que as pessoas já têm várias amizades coloridas, e como a possibilidade e capacidade de nos relacionarmos com determinada quantidade de pessoas também é limitada, temos tendência a escolher as melhores pessoas para nos relacionarmos, ou seja, temos mesmo que seleccionar, da mesma forma que fazemos com a escolha dos amigos. Digamos em linguagem comercial, que é um mercado de livre concorrência, o que é sempre salutar em termos da qualidade dos relacionamentos, sejam eles de que tipos forem.

Nos relacionamentos fixos, quer sejam casamento, uniões de facto ou mesmo namoro tradicional, os parceiros que sentem alguma segurança no relacionamento, têm tendência a descurar a relação. Sentem que não têm que fazer nada pela relação porque é segura, e até se dão ao luxo de complicar, inventando uns joguinhos desagradáveis para conseguirem ir medindo forças e tentando ficar numa boa posição na guerra do poder. No caso em que os homens têm outros relacionamentos ou querem ter tempo para dar umas quecas por fora, ainda arranjam um problema qualquer para iniciar uma discussão que justifique ficar zangado com a “legítima” durante uns dias e terem tempo para ir papar as “Ilegítimas” a quem tratam com muito cuidado e carinho, porque essas não estão seguras, e se não gostarem, podem fugir. Para além disso sentem a concorrência dos outros amigos das amigas coloridas e sabem que se não se esforçarem, são dispensados.

Há gajos que tendo várias “legitimas” arranjam zangas com umas para irem ter com outras e conseguem aguentar duas, três ou mesmo quatro relações nestas condições, o que deve ser uma trabalheira e uma maçada incríveis. Claro que os motivos das zangas também servem para todas, senão era preciso ter mesmo muita imaginação e criatividade.

Costumo dizer que os relacionamentos liberais estão para os recibos verdes, assim como os relacionamentos fixos estão para os contratos sem termo. Quem trabalha a recibos verdes ou é profissional liberal, tem que se esforçar por agradar ao cliente se quer que ele volte a contratá-lo. Por outro lado, quem tem emprego com contrato sem termo, não necessita de se esforçar muito porque o lugar está seguro.

xarmus

4 comentários:

Anónimo disse...

gostei da forma como expuseste o teu ponto de vista sobre a questão dos relacionamentos fixos ou liberais e os jogos de poder e sedução. Para mim a questão de ter alguém fixo prende-se com a ideia romantica "na alegria e na tristeza na saude e na doença.....até que a morte nos separe". na realidade acho que enquanto somos novos é fácil ver as coisas como tu vês, mas quando as dores nas artroses ou nas lombares aparecem quem é que está por perto para nos pôr uma pomadinha,quem é que olha para as nossas rugas com carinho. será alguém dessas nossas amizades coloridas,ou dessas conquistas que nos encheram as medidas,e nos fizeram sentir seguros belos e sedutores,capazes de conquistar e ser desejado por qualquer um(a).um dia precisamos de alguém pronto para fazer tudo por nós e vice-versa.E isso só é algo natural e bonito se for fruto de uma relação de amor, só o amor pode construir este vínculo porque quem ama cuida.

Anónimo disse...

O ideal será talvez ter o "melhor dos 2 mundos", alguém com uma abertura tal que consiga conviver sem ciúme e sem sofrimento numa relação "convencional" mas que permite ao mesmo tempo o poliamori ou swing.
Não sei até que ponto é possível este equilibrio de forma saudável, no entanto é bem mais correcto do que uma sociedade que esconde pessoas frustradas a nível emocional e que traem de forma compulsiva.
Este blog vê a vida sem "lentes côr de rosa" e o sexo e actividade sexual de muita gente continua a pertencer a um submundo que se tornou mais acessível com a net. A sociedade portuguesa continua a não ter abertura para que se fale e se assuma de forma livre as relações sem tabus, há muita discriminção.
Não há nada que se compare com quando se ama, mas amar uma vida inteira uma pessoa é um percurso muito longo e cheio de percalços, deve ser verdadeiramente gratifiacnate chegar à fase das artroses quando se superou muitos outros obstáculos e se consegue resistir sempre, mas isso é só para alguns casais actualmente...

Niniche

xarmus disse...

Olá

Entendo o que tu dizes, e é verdade que haja essa necessidade mais tarde.

Eu falei do ponto de vista dos relacionamentos do ponto de vista sexual, e para os casos de relacionamentos que são tradicionalmente monogâmicos, e para relacionamentos entre jovens, que acham que se arranjarem namorado/a fixo, sentem a relação segura, quando é ilusório, e muitas vezes até prejudicial.

Também há a hipótese de se ter sol na eira e chuva no nabal. Que é ter um relacionamento fixo, e terem os dois a oportunidade de terem outros relacionamentos sexuais.

Mas essa hipótese de termos alguém para nos aquecer os pés na velhice, acontece naturalmente a partir de uma certa idade, até porque essa necessidade existe para os dois lados, e o interesse em arranjar alguém com essa finalidade é reciproca.

xarmus disse...

Olá NIniche

A minha resposta anterior era para o primeiro comentário, porque ainda não tinha recebido o teu.

Mas é engraçado como disseste mais ou menos a mesma coisa que disse no meu comentário.