Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

As imagens publicadas neste blogue estão protegidas pelo código do direito de autor, não podendo ser copiadas, alteradas, distribuídas ou utilizadas sem autorização expressa do autor.


4.6.13

R020 Uma História de amor

Um dia destes, de visita a um blog que publica segredos de anónimos, vi um segredo de um homem que dizia que gostava de ver a mulher dele ter sexo com outros homens. O post teve muitos comentários, e em alguns deles os comentadores diziam que o homem não amava a mulher porque se amasse não gostaria de vê-la ter sexo com outros, porque quando duas pessoas se amam, não precisam de ter sexo com terceiros.

Eu deixei um comentário dizendo que isso não é verdade, que se pode amar e trair, que se pode amar e ter um relacionamento aberto onde seja permitido viver aventuras fora do casamento. Mais, penso que o amor entre duas pessoas que se permitem essa liberdade é um amor mais consolidado, cúmplice e inabalável, do que um amor possessivo que restrinja a liberdade e que acabe à primeira contrariedade. Não acredito que haja amor num relacionamento que não resista a uma aventura sexual. Um casamento só acaba de um dia para o outro se for apenas um contrato. Quando há amor de verdade, há tolerância e vontade de ficar juntos.

Entre os muitos comentários ao post, apareceu um comentário de um homem que contava como a sua relação evoluiu de um casamento monogâmico para um casamento aberto, e como o amor que sentiam um pelo outro foi suficientemente forte para superar esses acontecimentos.

Quando li a história deixei um comentário, e o anónimo que tinha comentado, clicou no meu perfil e veio ter ao meu blog. Depois de ler parte do blog, enviou-me um mail onde expressava o seu agrado pelo mesmo. Na altura em que recebi o mail dele, andava a escrever a reflexão do post anterior “R019 Da monogamia ao poliamor”, e como achei que a história dele era um excelente contributo à reflexão que estava a escrever, pedi-lhe autorização para publicar a história do comentário dele no meu blog.

Ele disse-me que teria todo o prazer em contribuir com a história dele para o meu blog, e enviou-me o texto.

“Sou casado há 25 anos e sempre amei a minha mulher. No inverno dormimos agarradinhos e no verão ainda adormecemos de mão dada. Ao longo dos primeiros 20 anos de casamento sempre fomos fieis um ao outro. Apesar de ser difícil manter a chama acesa do ponto de vista sexual, já que em relação ao amor o tempo só nos tem beneficiado, sempre tivemos desejo um pelo outro.

Há cerca de 5 anos atrás, eu que sempre viajei muito em trabalho, comecei a ter encontros sexuais com mulheres que ia conhecendo num site onde as pessoas se predispõem a conhecer outras pessoas, com o objetivo de marcar encontros sexuais. Estes encontros só aconteciam quando dormia fora de casa.

No início fi-lo sem a minha mulher saber, mas um dia, já com muito peso na consciência, decidi contar-lhe o que se passava. Ela ficou chocada com o que lhe contei, e pediu-me uma semana para pensar o que fazer. Embora estivéssemos em período de reflexão, o sexo durante essa semana foi fantástico, muito mais intenso do que tinha sido nos últimos anos.

Como o sexo melhorou, a nossa relação e a nossa cumplicidade melhoraram, e como o que sentíamos um pelo outro não ficou afetado com a nova realidade, a minha mulher decidiu que queria continuar casada comigo. Disse-me que me amava e não queria viver sem mim, e como nunca tinha sentido que as minhas aventuras tivessem posto o nosso relacionamento em risco, não fazia sentido acabar com ele.

Durante mais cerca de 4 anos, tive a liberdade de estar com quem quisesse, sempre que dormia fora de casa, e embora a liberdade fosse para os dois, a minha mulher continuava a só conhecer um homem na vida dela.

Aqui há um ano atrás, a minha mulher disse-me que havia um colega de 32 anos que tinha sido colocado provisoriamente na escola dela, que se andava a fazer a ela. O rapaz ia enviando umas mensagens de vez em quando e a minha mulher respondia-lhe e ia-me mostrando as mensagens trocadas. Embora ela não tivesse grande interesse nele, e nunca tivesse correspondido às investidas dele, sabia-lhe bem “flirtar” através de sms e saber que despertava o interesse e que era assediada por um homem mais novo 16 anos.

Apesar de ter namorada na cidade onde vivia, o rapaz continuava a insinuar-se à minha mulher, que com 48 anos é uma mulher muito charmosa e com um corpo fantástico. Sempre que eu lhe perguntava se ela gostaria de ter alguma coisa com ele, ela dizia-me que lhe achava graça mas que não era capaz de se envolver com ele, até porque não queria magoar-me ou estragar a nossa relação com isso.

A troca de mensagens durou uns meses, e um dia em que eu ia dormir fora dois dias, deixei-lhe uma caixa de preservativos e disse-lhe que se ela quisesse estar com ele, devia aproveitar agora já que se aproximava o fim do ano e o colega já não estaria na nossa cidade no ano seguinte. Eu queria que ela vivesse uma experiencia diferente, e que sentisse a liberdade de quem apesar de casada, pudesse viver uma aventura com alguém que a desejava. Ela também me proporciona essa liberdade, e eu queria retribuir-lhe o miminho. Sei que ela era incapaz de me trair, e a única forma de ela poder viver esta experiencia seria com o meu consentimento e incentivo.

Disse-lhe que apesar de não ter prazer nisso, e até de sentir algum ciúme, queria que ela sentisse a liberdade de poder viver uma experiencia diferente, e de sentir que um encontro sexual não interfere na nossa relação e no nosso amor. Sabia também por experiencia própria que aquela aventura só iria aumentar a nossa cumplicidade e fortificar o amor que ela sente por mim, tal como as minhas aventuras intensificaram a cumplicidade e o amor que eu sinto por ela.

Eu não tenho prazer nem gostaria de ver a minha mulher com outro homem, mas não só acho que temos os dois o mesmo direito, como sinto prazer em fazê-la feliz, da mesma forma que ela sente prazer em fazer-me feliz. Viver uma aventura com outro homem, é coisa que ela não pode viver comigo, tem mesmo que ser com outro. A novidade, a descoberta, um outro corpo, são sensações que ela nunca poderá sentir comigo.

Se eu lhe dissesse que não queria que ela estivesse com outro homem, apesar de eu ter essa liberdade, eu sei que ela nunca estaria com ninguém, mas como percebi que ela tinha vontade de conhecer outro homem e só não o fazia porque me amava e não queria magoar-me, senti que apesar de não me agradar a ideia, devia não só dar-lhe essa liberdade como até incentivá-la.

É por amor que ela me deixa ter as minhas aventuras quando estou longe de casa, é por amor que ela nunca me exigiu a mesma liberdade, é por amor que eu lhe dei essa liberdade. O nosso amor, o sexo e a nossa cumplicidade está melhor que nunca apesar dos nossos 25 anos de casamento, e continuamos a adormecer de mãos dadas.”

Esta história é um exemplo prático de como é possível conciliar o amor entre duas pessoas com a liberdade de cada um, e onde a tolerância e a compreensão são fatores essenciais a um relacionamento harmonioso e feliz. Retrata bem o que eu escrevi na minha reflexão “R019 Da monogamia ao poliamor”.

Achei esta história de uma ternura imensa, e um exemplo fantástico do que o verdadeiro amor é capaz. Como diz Ivan Lins, “o amor tem feito coisas que até mesmo Deus duvida”.

20 comentários:

T* disse...

Também vi esse segredo e os vossos comentários por lá.
Acho que estes casais devem sentir uma paz enorme, por saberem que nunca vão perder o amor da vida deles.
Gostava de um dia ter um relacionamento assim.
Beijocas!

xarmus disse...

Olá T*

É isso mesmo. Um casal com um relacionamento assim, raramente se separa. Porque apesar de casados, têm a liberdade de estar com quem quiserem. Porque esta forma de se relacionarem só aumenta a cumplicidade e o amor. Porque não existe a principal razão da separação dos casais... a traição e a mentira. Porque mesmo que algum se apaixone por outras pessoas, nenhum deles está interessado em trocar uma pessoa que lhe dá liberdade por outra que a vai engaiolar.

Enfim, as vantagens são muitas, e a segurança que dá um relacionamento destes é fantástica. Não se vive em constante sobressalto, sempre à espera de um dia se ser traído ou se ser deixado. É de facto uma paz maravilhosa.

Beijocas

Eu Simplesmente disse...

Posso até estar enganada, mas esta história não me convence...

Como é que uma mulher se sente sabendo que o marido está neste momento a foder com outra???

E o ciume? O egoísmo do amor?

Sim, já sei qual é a resposta, é assim porque há amor.

Anónimo disse...

Caro Xarmus,

Gostei de ver aqui publicada a minha história. Ainda ando a ler o teu blog e estou a gostar cada vez mais.

Obrigado pela partilha.

JS

Unknown disse...

Na minha opinião, este tipo de relações, muito poucos casais conseguem atingir.
Têm de estar reunidas muitas circunstâncias excepcionais, têm de ser pessoas que se fundem uma na outra, o grau de "profundidade" e cumplicidade na relação é absolutamente verdadeiro e sensorial sem usar de palavras muitas vezes, são pessoas totalmente transparentes uma para a outra.
Para mim é muito surpreendente que se consiga atingir este patamar, deve ser extraordinário, isto é elevar o amor totalmente às alturas...
Tal como disse o Xarmus, anteriormente vivi relações com mentiras e por isso hoje tenho dificuldade em querer viver com outra pessoa, é o tal "viver em sobressalto" por sabermos que às escondidas homens casados procuram outras mulheres e para casa própria levam mentiras e doenças.
Quero acreditar que a vida me vai surpreender e que um dia também eu vou encontrar alguém assim, tão cúmplice e tão verdadeiro, com quem a vida a dois seja um lindo pôr-do-sol, ou uma lareira acesa a crepitar nas noites frias, com quem o sexo seja uma grande porta aberta de comunicação e não apenas umas quecas de misericórdia...

Patrícia disse...

É disto que falo quando falo de maturidade. Para um dito casal "normal" a ideia de traição, infidelidade passa pelo sexo. Mentir, enganar, não amar o outro, não entra na equação, é até expectável. Este casal, que não será perfeito, representa para mim o que deve acontecer. Ele errou, mas confessou, ela ficou magoada e perdoou. Amparam-se um ao outro com amor, companhia e sexo. E são felizes à sua maneira. Só gostaria de saber a experiência contada no feminino. Como ela viu e sentiu as coisas e, já agora, o fim da história. Bem hajam por me terem feito renascer a esperança de que existam seres humanos por aí.

xarmus disse...

Olá eu simplesmente

Esta história não é para convencer ninguém... é para os outros entenderem o que por amor se consegue fazer.

Uma mulher sente a mesma coisa que um homem sente sabendo que a mulher está a foder com outro.

O ciume é um sentimento ligado à insegurança e ao medo de perder o outro, e quando um casal se ama mais que tudo, não sente ciume ou sente um pouquinho de ciume que é largamente superado pelo prazer de fazer a pessoa amada muito feliz.

Não espero que alguém que nunca amou verdadeiramente, ou que não tenha um relacionamento com pelo menos 20 anos entenda ou consiga sentir o que escrevi na minha reflexão ou entenda a história de amor desta casal com 25 anos de casados... a ideia é partilhar esta realidade com quem quiser tomar conhecimento de formas mais intensas de amar.

Beijoca

xarmus disse...

Olá JS

Eu é que te agradeço a partilha desta história.

Numa sociedade onde a mentira e a traição são uma prática recorrente, e até aceite pela sociedade, de resolver o problema da monotonia do casamento, é uma lufada de ar fresco conhecer a história de um casal que soube resolver o problema de forma bem mais inteligente e com resultados tão positivos.

Desejo-vos as maiores felicidades.

Abraço

xarmus disse...

Olá Portuguese Sun

Claro que não é fácil... são precisos muitos anos de verdadeiro e intenso amor.

Passados 25 anos, as pessoas estão mesmo fundidas, funcionam como se fossem uma só. Por isso o prazer de um é o prazer do outro.

Desejo-te que encontres mesmo.

xarmus disse...

Olá Patrícia

É verdade. A maioria das pessoas acha estranho este tipo de relação, mas não pensa que a alternativa é a mentira e a traição, que dizem não gostar, mas que acabam por praticar, ou serem vitimas.

Faz-me imensa confusão que as pessoas não percebam que aquilo que a sociedade acha normal, e que a maioria das pessoas seguem, é completamente utópico.

Beijocas boas

Anónimo disse...

É realmente uma historia a se pensar, o amor dos dois apesar dos anos, continua forte, permanecendo o desejo, isso tudo porque eles confiam um no outro e como mesmo disse o "prazer de um é o prazer do outro", o que realmente importa para eles é a liberdade e felicidade do outro. Acho que esse tipo de relação esta a se tornar raro nos dias de hoje, somos criados com um tipo "certo' de conduta a ser seguida em um casamento ou relação e quem se desvia da mesma é julgada...Espero que um dia possa ter o privilégio de ser amada assim, vi muita entrega, carinho e admiração na fala de JS. E você Xarmus, já amou ou ama alguém assim? bjs...

xarmus disse...

Sim... claro. Por isso entendo tão bem este casal e achei esta história tão engraçada.

Beijoca

CS disse...

Gostei da história deste casal, lembrou-me o filme "Before Sunset"
http://www.imdb.com/title/tt0381681/.

Apesar de compreender, acho que "só sexo" não me entusiasma muito.
Posso estar enganada, mas penso que no sexo de uma noite, o interesse de cada um em ter prazer é bem superior ao de dar prazer. E nesse sentido, eu penso que correria o risco de me sentir usada. Prefiro faze-lo sozinha. :)
Não me considero romântica nem digo isto por falsos moralismos.

Para mim a noite de sexo que a mulher teve foi muito mais interessante, do que as muitas noites que o marido teve com desconhecidas. Houve uma tensão sexual que se foi acumulando com o tempo entre ela e o outro rapaz, uma curiosidade que se foi criando, uma atracção, etc.

Por outro lado, já apanhei colegas de trabalho a comentarem entre eles, as raparigas que seriam abertas a este tipo de aventuras, e como é que um deles as seduzia.
Achei mesmo porco da parte deles a forma como falavam e vangloriavam-se. E nesse sentido, a cena do marido se calhar é mais honesta.

Passo a explicar-me: a partir do momento que ha uma relacao extra-conjugal com o colega do trabalho, várias situações podem resultar:
1. ele e ela estão no comprimento de onda - fazem sexo e seguem caminho
2. nao estão no mesmo comprimento de onda - um faz sexo mas o outro lado desenvolve sentimentos; uma das partes sai magoada. E quando a outra parte sabe que não estão no mesmo comprimento de onda, então não se trata de sedução mas de manipulação
3. no trabalho, descobrem/vangloriam-se sobre o que se passou. nesta situação (embora os tempos tenham evoluído um pouco) a mulher tem sempre tendência a ser mais julgada do que o homem.

Por todos esses motivos, ainda não fiz nada disso. Não nego no entanto essa necessidade de descoberta de algo novo... é tão bom... mas se calhar serei mais extremista, como num dos meus filmes favoritos "Take this Waltz".

Beijos

xarmus disse...

Olá CS,

Antes de mais, obrigado pelo teu comentário e partilha dos teus pontos de vista. É sempre bom lermos opiniões diferentes para percebermos as motivações de cada um.

Dito isto, gostava de fazer uns comentários ao teu texto.

Para percebermos a complexidade do tema e as motivações de cada um, convém lembrar que para além de sermos todos diferentes uns dos outros, com personalidades e caracteres diferentes e com diferentes experiências de vida, cada um de nós vai evoluindo, ou pelo menos percorrendo um caminho tanto a nível emocional como sexual, e aquilo que a cada momento cada um de nós procura, gosta ou pratica, vai-se alterando ao longo da nossa vida.

Já testemunhei o percurso de muitas pessoas e algumas delas mudam de forma bem radical e num espaço de tempo bastante curto. Até aqui no blog se pode testemunhar através das "conversas" pessoas que pensavam de uma forma e que ao fim de dois anos pensam de forma completamente diferente.

Isto tudo para te dizer que essa fase de pensares que te podes sentir usada e em que cada um tenta ter o seu prazer e se borrifa para o outro é mesmo a fase inicial do nosso percurso sexual. Depois vem uma fase em que o que nos dá prazer é dar prazer ao outro e sentirmos que conseguimos provocar orgasmos no outro. E depois vem uma outra fase em que para darmos prazer ao outro, temos mesmo que tirar o nosso prazer usando o corpo do outro, porque só assim o outro tem prazer também. É uma fase em que o que nos dá prazer é sentir o prazer que o outro tira do nosso corpo. Enquanto que neste momento tens medo de te sentir usada, acredita que daqui a uns anos o que te vai dar mesmo muito prazer é sentires-te muito usada e se possível bem abusada e até usada à bruta ou amarrada, dando ao outro carta branca para fazer o que quiser de ti.

Se duas pessoas se envolvem sexualmente, usam-se uma à outra, ou se preferires, ninguém se pode sentir usado já que os dois vão ter prazer. É uma troca justa. Isso só poderia acontecer se tivesses uma atitude completamente passiva e deixasses o teu parceiro inexperiente fazer o que quisesse sem tu própria teres algum voto na matéria, o que não é nada normal que aconteça nem desejável que deixes acontecer, principalmente com parceiros novos ou com pouca experiência sexual. Aí podes correr o risco de seres penetrada sem preliminares e ele vir-se em poucos minutos sem que tu tenhas sequer tempo de aquecer e muito menos de atingires um orgasmo. Neste caso, podes mesmo sentir-te usada.

E agora para perceberes melhor o que digo vou contar-te uma coisa engraçada. O que me dá prazer é dar prazer e sentir o prazer que desperto e consigo dar à minha parceira, e sempre que estou com alguém, começo eu por dar prazer com preliminares prolongados e dando tempo à minha parceira de ter orgasmos nos preliminares e para uma boa preparação antes da penetração. Nas penetrações, vou esperando pela minha parceira, e só depois de ela ter mais um orgasmo é que finalmente tenho a minha ejaculação. É evidente que durante as penetrações eu tenho muitos orgasmos secos e para mim é sempre prazeroso esperar pela parceira e fazer com que o sexo dure mais tempo. Como o que me dá prazer é dar prazer, eu tenho sempre prazer no decorrer de todo o processo.

Mas já me aconteceu estar tão preocupado em dar prazer e fazer com que o encontro seja agradável para a minha parceira que acabo por não a satisfazer no sentido de não a usar para meu exclusivo prazer, que como disse em cima é um dos maiores prazeres que podemos ter e dar, sentir o prazer que o outro tira do uso e abuso do nosso corpo e do nosso ser.

Para mim e neste fase da minha sexualidade, o mais prazeroso é começar numa ponta e acabar na outra. Dar prazer à parceira com preliminares demorados, depois deixá-la servir-se do meu corpo como ela quiser e lhe der mais prazer, e depois ser eu a usar o corpo dela para o meu prazer.

xarmus disse...

Desculpa lá o testamento, mais foi-se saindo tudo de seguida e nem tive noção da dimensão do comentário. Espero ter sido claro. Se tu ou alguém que leia este meu comentário tenha duvidas ou questões a colocar, não hesitem, é para isso que o blog serve.

Beijos

CS disse...

(Não é necessário publicares este meu comentário)

Ola Xarmus,

Obrigada pela resposta.
Estou de acordo contigo sobre a evolução das opiniões através de debates e experiências que vamos tendo na vida. Foi se calhar nesse sentido que escrevi este comentário: para obter a tua opinião e discutir diferentes formas de pensar.

Eu consigo ver-me em todas essas fases, desde que tenha confiança na outra pessoa. Diria mesmo que essa fantasia vive na mente da maior parte das pessoas (homens e mulheres), como mostra o grande successo dos livros/filmes como "50 Nuances de Grey".

Penso que nas conversas que partilhas no blog és bastante claro :) Estás bem resolvido quanto este tema e não estás para falar de forma implicita, subjectiva ou manipuladora.

No entanto, e também já partilhaste histórias desse género, acontece muito que algumas pessoas são manipuladas para obtenção sexo. O sexo, pelo prazer que nos provoca, é e sempre será uma "moeda":
- moeda para exclusividade quando usada no casamento
- moeda para estatuto social/ego: vejam todos que ando com esta mulher boa/homem bom
- moeda para prazer fisico, psicologico, ego, sentimento de controlo, poder, etc

Por esse motivo, comentei a historia deste post. Finalmente correu tudo muito bem para este casal, que descobriu que o amor que os unia permitia-lhes realizar fantasias sexuais de cada um individualmente sem que isso afecte a relação. Achei um bom testemunho e prova que muitas mais pessoas poderiam viver uma situação do género se as premissas quanto ao sexo fossem diferentes.

Infelizmente, sejamos sinceros, esta situação acontece muito poucas vezes. Nas situações mais comuns, a mulher ficaria magoada com o marido, o marido passaria a mentir e dizer que nunca mais faria isso, problemas no casamento e um rapaz sedutor no trabalho levam a que a mulher desenvolva sentimentos por este, etc. Há também a antiga situação do(a) amante que fica preso(a) emocionalmente a uma relação sem futuro... O colega do trabalho se calhar era discreto mas isso nem sempre acontece, compreendes? Em muitos casos ele vai comentar com outros colegas, como já presenciei, e nesse caso ela foi sim usada...

Podes pensar que tenho uma ideia pessimista quanto a este assunto, mas de facto fundamenta-se através da minha experiência pessoal, de amigos/amigas próximas... (e provavelmente no jornal 24horas :) já sem falar das situações das quais se falam actualmente como weinstein, entre outros.

Enfim, tal como disseste este é um assunto bastante complexo.

Beijos
CS

xarmus disse...

A CS respondeu ao meu comentário mas disse que não era necessário publicar. O que me deixou sem possibilidade de lhe responder, já que os comentários não trazem mail, nem permitam respostas. Quem comenta fica sempre anónimo para o administrador do blog.

Embora não veja na resposta da CS nada que pudesse ser revelador da sua identidade, como a CS disse que não era necessário publicar, não arrisquei a publicação sem sua autorização. Já gora, agradeço a quem comentar que diga explicitamente que o comentário não é para publicar se assim o desejar. Esse desejo será sempre respeitado.

Aproveito para responder à CS por aqui:

Olá CS,

Mais uma vez, obrigado pelo teu comentário.

Entendi perfeitamente o teu ponto de vista, e nem sequer penso que tenhas uma ideia pessimista quanto a este assunto, terás como dizes, uma experiência diferente da minha e que te levam a pensar dessa forma.

Por outro lado és mulher e eu sou homem, o que também nos faz ver o assunto de pontos de vista diferentes, até porque o género faz-nos ter também experiências diferentes.

Também concordo contigo quando dizes que o caso deste casal é um caso raro e que na maioria dos casais as coisas não se passam desta forma. Mas é mesmo por isso que gosto de publicar a partilhar com os leitores do blog os casos, que sendo raros, são bem demonstrativos de como nos podemos relacionar de forma inteligente e equilibrada, em que não é necessário acabar com um relacionamento que é desejado por ambas as partes, por problemas de traições ou vontade de ter novas experiências.

Agradeço que me digas através de um comentário que não publicarei, se queres ou não queres que publique o comentário que me enviaste e que motivou esta minha resposta.

Obrigado

Beijos

CS disse...


Não há problema em publicares o meu comentário. Simplesmente disse que nao seria necessario publicares pois achei o comentário bastante longo.

CS disse...

Basicamente deixei á tua escolha, por isso podes publicar.

xarmus disse...

Olá CS... Não tem problema ser longo. Bom é que contribua para o debate do tema. Obrigado.